Melasma - Algumas considerações (...)
- por Dr Domimberg Ferreira
- 25 de set. de 2016
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O melasma é uma patologia muito comum nos consultórios dermatologia.
Tem vários sinônimos como: cloasma gestacional, mancha da gestação, mancha das grávidas ou pannus. Trata-se de uma hipermelanose adquirida crônica, multifatorial, de etiologia não muito bem definida. Apresenta-se como máculas ( manchas ) acastanhadas, simétricas em regiões expostas de pele com distribuição simétrica que ocorrem em região frontal, malar e algumas vezes mandibular. É condição comum, acomete ambos os sexos e todas as raças sobretudo mulheres em idade fértil e mais frequente nas regiões de alta incidência de raios ultravioleta.
A importância desta patologia, certamente, está relacionada ao impacto psico-social e ao aspecto inestético das lesões. Aqui ressalto algo interessante, o sistema nervoso central é derivado da ectoderme. Sendo assim, a pele e o cérebro, até mesmo nos seus aspectos psíquicos, estão profundamente relacionados.
De acordo com os avanços da genética, o gene H19 se relaciona à ação da tirosinase - enzima que está relacionada à produção de melanina.
A exposição solar deve ser fortemente considerada nesta patologia. A radiação ultravioleta leva a formação de radicais livres que por sua vez causam inflamação na pele. A inflamação leva a maior estímulo à tirosinase e a produção de melanina - que gera maior pigmentação.
Fatores hormonais também são implicados na gênese desta patologia. Podemos citar: uso de contraceptivos orais e gestação.
Hoje admite-se o aumento da vascularização cutânea como fator relacionado ao melasma. Sendo assim classificamos o melasma como vascular e não vascular o que implica em terapêuticas diferentes para cada forma de apresentação.
Sobre o tratamento temos passos que são comuns aos dois tipos de apresentação. O FILTRO SOLAR - DE PREFERÊNCIA AMPLO ESPECTRO = ( UVA + UVB ) COM COR. Sabe-se que a luz de computadores pode causar o escurecimento da pele. NÃO EXISTE PROTETOR SOLAR ESPECÍFICO PARA LUZ VISÍVEL. O pigmento da COR bloqueia a luz.
A estratégia do tratamento é pensada para bloquear a formação de melanina em todos os seus estágios e deve ser individualizada para cada paciente.
1) Inibição da enzima tirosinase: Hidroquinona - tóxica para o melanócito, tretinoína, ácido kógico e ácido azeláico.
2) Supressão não seletiva à melanogênese: corticoides, ácido tranexâmico - combatem a inflamação.
3) Inibição das espécies reativas de oxigênio - ácido azelaico e antioxidantes.
4) Remoção da Melanina - tanto por peelings químicos ou físicos e ou por dano térmico com laser.
Nos casos de melasma vascular ainda deve-se associar laser Q-Switched ND:YAG (aprovado especificamente pelo FDA para o tratamento do melasma).
Os tratamentos devem ser recomendados e acompanhados por médicos treinados e com experiência nesse tipo de patologia.
Lembrando que para uma melhor resposta terapêutica o melhor será a combinação de tratamentos. Porém hoje acredita-se que a inflamação deverá ser combatida com paciência tanto quanto pelo médico e pelo paciente para evitar um possível rebote da doença
Devemos orientar o paciente quanto a cronicidade de sua patologia, dificuldade terapêutica, necessidade da aderência estrita à proteção solar de amplo espectro e de tratamento de manutenção.
Existem muitos estudos em andamento no sentido de melhorar cada vez mais as opções terapêuticas para esta patologia.
Dúvidas: domimberg@hotmail.com
Boa semana a todos!
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